terça-feira, 20 de junho de 2017

Eu e o outro

    Eu nunca tinha realmente pensado em haver outros, até um dia desses, que eu estava sentada no carro e passei  na frente de um casamento. Comecei a pensar como seria estar no lugar da noiva ou do noivo, que eles devem estar pensando ou sentindo.
    Comecei a pensar, que eles também, devem ter histórias, experiências, conhecimentos e uma vida, assim como eu ou qualquer outra pessoa.
    Foi aí que comecei a entender que  os outros tinham uma vida, uma visão e uma história. Que os outros tinham pensamentos passando por suas cabeças, nesse exato momento, que eles estão vendo algo agora, Fiquei tentando imaginar como seria ser outra pessoa, saber  o que ela sabe, fazer o que ela faz, pensar como ela pensa. E aí eu entendi que os outros também existem.
    Eu entendi que o que eu digo ou faço pode mudar e influenciar a vida de alguém tanto quanto o que alguém me diz ou faz pode mudar o meu humor ou me dar um pensamento.

segunda-feira, 12 de junho de 2017

Cinza

    Era um dia normal, eu estava voltando para casa, sozinha.
    O dia estava frio e o céu estava coberto por nuvens cinzas. A rua estava completamente vazia, a paisagem estava toda coberta por névoas. Era silencioso, o dia parecia triste, cinza, sem graça.
    Eu andava na rua sozinha, nenhum carro passava então eu podia andar no meio da rua sem perigo.
    Eu carregava uma câmera, não muito grande, tentando achar algo na volta para casa que eu pudesse fotografar.
    Comecei a ouvir barulhos, gritos e risadas no meio daquele silêncio triste.
    Continuei seguindo meu caminho, me aproximando cada vez mais destes sons. Consegui ver duas crianças, dois meninos rindo e correndo pela rua, felizes. Eles brincavam com os casacos, corriam, gritavam e se divertiam muito ali, sozinhos, naquele lugar vazio e silencioso.
Sentei na calçada e fotografei.

terça-feira, 23 de maio de 2017

Tropeço

     Era um dia normal, eu estava indo para a escola com meu irmão e uma mulher que trabalhava na minha casa.
     Meu irmão e eu estávamos "brincando" na rua, ele corria atrás de mim enquanto colocava o pé na minha frente para eu cair, só com essa descrição, já dá para saber que não ia acabar bem.
     Eu estava correndo e rindo como louca na rua, com minha mochila nas costas e minha lancheira azul de bolinhas em volta do pescoço. A mulher que estava com a gente, andava calma pedindo para irmos mais devagar.
     Chegamos naquela parte da calçada que é cheio de paralelepípedos cinzas, duros e cortantes. Eu estava corendo, rindo e olhando para trás, onde estava o meu irmão. Foi nesse momento que aconteceu, o meu irmão simplesmente pois o pé na minha frente.
     Não é como se eu tivesse caído de repente, pelo contrário, sabe aquele momento que você tropeça, perde o equilíbrio e começa a "andar" para frente tentando se equilibrar, bom, foi isso que aconteceu, para mim pareceu que aquele momento demorou um bom tempo, por mais que eu saiba que durou segundos.
       Eu estava caindo para frente, andando como uma barata tonta até que consegui me equilibrar e parei. Pelo menos parecia, mas eu estava me inclinando para frente, fui colocar o pé na frente para me equilibrar, mas pisei na minha lancheira, que estava pendurada no meu pescoço e minha cara foi direto naqueles paralelepípedos cinzas, duros e cortantes.
        Não me lembro muito o que aconteceu, mas me lembro que cheguei na escola com um roxo na testa.

terça-feira, 16 de maio de 2017

Assalto

         Assalto, é incrível a quantidade de pessoas que já foram assaltadas, eu nunca fui, mas já ouvi várias histórias de pessoas que foram.
        Por que as pessoas assaltam? Pode ser por falta de dinheiro ou bens materiais, falta de escolaridade ou até por prazer, mas pelo motivo que for, assalto é uma coisa ruim tanto para quem é assaltado quanto para quem assalta. Porque o assaltante pode ser preso ou ter questões judiciais, e para quem é assaltado pode mudar a vida, pode fazer com que o jeito que a pessoa vê o mundo ou alguém mude completamente, ou pode ser simplesmente uma história para contar.
       Eu, pessoalmente, nunca passei por isso, mas imagino que seja uma experiência horrível.

terça-feira, 2 de maio de 2017

Prova

          Prova, imagino, que todos tenham a mesma opinião, é a pior coisa do mundo. Por mais incrível que pareça, você pode estudar o quanto quiser, mas posso te garantir que vai cair tudo menos o que você estudou. Você passa horas sofrendo, desperdiça seu fim de semana e seu tempo livre para tirar um C. 
        Na hora da prova, você pode saber tudo, mas no momento que você lê, nem quanto é um mais um você sabe. Dá um branco, o vazio preenche seu cérebro, tudo que você sabe ou achava que sabia, simplesmente desaparece. 
        Tem sempre aquele momento em que você está preso em uma questão, olha em volta e todos parecem tranquilos e calmos, parecem saber o que estão fazendo, mas no fundo todos estão pensando na mesma coisa.
       Nos momentos finais, que você vê as pessoas começando a entregar, você corre contra o tempo, você começa a pensar que é o fim, você nunca vai terminar. Você olha em volta e tem mais algumas pessoas, AINDA HÁ ESPERANÇA!
       O professor fala " mais cinco minutos", seu coração gela, termina a prova correndo e escreve tudo o que vier a cabeça. Você entrega, agora não está mais em suas mãos, literalmente.

quarta-feira, 12 de abril de 2017

Ônibus

   Quando subi no ônibus, mal pude acreditar no que vi, havia um bicho grande e gosmento me olhando, ele parecia uma mistura de rato com pássaro algo que eu não conseguia descrever, ele tinha o tamanho de uma pessoa, mais ou menos 1,70. Ele tinha grandes patas e era coberto de pelo.
     Olhei em volta, mas ninguém do ônibus parecia notar aquele bicho repugnante que me olhava com seus olhos esbugalhados. Haviam algumas pessoas conversando, ouvindo música, lendo e até dormindo. Eu não entendia o que estava acontecendo, eu estava assustada e morrendo de medo. Não queria me aproximar do bicho, eu andei tentando ficar o mais longe dele possível e me sentei em um banco.
     Eu resolvi falar com a pessoa ao meu lado para ver se ela o via, mas ela me ignorava, era como se eu ou o bicho nem estivéssemos ali. Respirei fundo, fechei meus olhos e os abri novamente para ver se tudo aquilo era fruto da minha imaginação, mas ele continuava ali, me olhando. O monstro começou a se aproximar lentamente, isso me deixava extremamente desconfortável, eu tentava me convencer  que ele não estava ali e eu estava vendo coisas, mas eu conseguia sentir seu cheiro horrível e sua respiração em meu pescoço.
     Levantei e gritei até minha garganta doer, apertando meus olhos, quando os abri todos do ônibus me olhavam como se eu fosse maluca, então eu percebi que eles tinham me visto e o bicho havia sumido.
      O ônibus parou. Era meu ponto, eu sai e fingi que tudo aquilo nunca aconteceu.

Eu e o outro

    Eu nunca tinha realmente pensado em haver outros, até um dia desses, que eu estava sentada no carro e passei  na frente de um casamento....